O mercado internacional de grãos seguiu registrando
um expressivo recuo dos preços nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago e fechou
o dia em queda. Quem liderou as perdas foi a soja, que encerrou os negócios com
mais de 50 pontos negativos nos principais vencimentos. O milho e o trigo
conseguiram reduzir as perdas.
Segundo analistas, trata-se de uma liquidação dos
fundos depois das significativas altas dos últimos dias, além da pressão de
mais dois fatores: chuvas acima do normal nos Estados Unidos na última
sexta-feira (20) e também das complicações no mercado financeiro, com Espanha e
Grécia voltando ao radar dos tesoureiros dos Bancos.
"Eu diria que uns 70% do que ocorre hoje é
pressão do mercado financeiro. Os outros 30 se referem a uma mudança nos mapas
[climáticos] - mais chuvas que esperado na sexta para os novos mapas",
disse o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos.
Nesta sexta, as chuvas que chegaram às lavouras
norte-americanas, apesar de insuficientes, vieram acima do volume esperado e
acabaram pesando um pouco sobre os preços, confirmando a volatilidade de um
mercado extremamente climático como o que vem sendo visto desde os primeiros
sinais de seca nos Estados Unidos.
No entanto, mesmo com essas chuvas, Dejneka afirma
que a tendência climática não mudou. A pior estiagem em mais de 100 anos ainda
deve castigar a produção dos EUA por mais alguns dias. "A expectativa é de
que as chuvas possam ajudar a safra da soja ainda, enquanto que a maioria do
estrago que poderia acontecer no milho já aconteceu. Não há mais pontencial de
recuperação para rendimento no milho, apenas de não maior deterioração. O clima
não virou e teremos uma safra bem menor", explica o analista.
Mercado financeiro - A pressão que vem do mercado financeiro e causa essa mau humor
generalizado nas bolsas de valores e nas commodities é reflexo das crescentes
preocupações com a Espanha. O temor agora é de que o país tenha que solicitar
ajuda financeira para toda a sua economia e não só para o sistema
financeiro.
Além da Espanha, a Grécia também está em foco.
Ainda há o receio de que a nação deixe a Zona do Euro e de que não seja capaz
de cumprir as condições de um acordo para um resgate.
Veja como ficaram as cotações no fechamento desta
segunda-feira (20): no Tombini Agrícola.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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