A alta do dólar e os preços batendo recordes nos
mercados internacional e interno elevaram os custos de produção da soja nos
principais estados produtores do Brasil. Só os insumos, no Mato Grosso, tiveram
alta de 39,3%.
De acordo com levantamentos da Aprosoja MT e do
Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), o custo de produção
de um hectare passou de R$ 1632,00 na safra passada para R$ 2107,00. Essa
última estimativa já registra alta de R$ 1,34% em relação ao estimado em maio
de R$ 2079.
Sobre os custos operacionais, o valor no estado de
Mato Grosso passou de R$ 978,13 na safra 2011/12 para R$ 1270, valor estimado
pelo Imea em junho. Já os insumos, que somam um aumento de 39,3% passaram de um
custo de R$ 805,05, na safra velha, para R$ 1.122.
No entanto, o presidente da Aprosoja MT, Carlos
Fávaro, afirma que apesar dessa alta, a atividade ainda é remuneradora no
estado. Para Fávaro, esse aumento é automático, uma vez que as commodities
também subiram bastante e a preocupação só vem caso o mercado recue. "Só
há preocupações, portanto, se o consumo baixar e preços cederem", disse.
Apesar dessa alta no custo de produção da
oleaginosa, a área de plantio não deverá ser reduzida por conta dos patamares
históricos registrados pelos preços nos últimos meses e as boas perspectivas
para a temporada 2012/13. O consultor de mercado Carlos Cogo, da Consultoria
Agroeconômica, a soja deverá ter uma área de 8 a 10% maior no Brasil e a produção
nacional tem potencial para atingir algo entre 80 milhões e 82 milhões de
toneladas.
Paraná - No
Paraná, os custos de produção da soja também serão maiores. Segundo o produtor
rural Rodolpho Botelho, os custos de produção estão altos especialmente devido
ao preço dos adubos. Quem comprou cedo (antes de abril desse ano) fez bem e
acabou tendo vantagem. Após abril o preço do adubo subiu até 40%, dando uma
estabilizada nesse último mês.
No estado, que é um dos principais produtores de
milho do país, os produtores também deverão optar por aumentar sua área de
soja. Além dos altos preços da oleaginosa atualmente, o plantio do cereal, como
explicou Botelho, utiliza mais adubo do que a oleaginosa.
Paralelamente, Botelho diz ainda que a mão de obra
para as lavouras na região têm subido acima da inflação, e os custos fixos
estão cada vez mais caros. Além disso,todos os custos do produtor recaem
sobre as culturas de verão, de acordo com Rodolpho. “Há um grande problema pra
nós da região, porque aqui no sul do Paraná faz muito frio,então não
plantamos safrinha. Com essa baixa rentabilidade das culturas de inverno, todos
os custos do produtor recaem sobre as culturas de verão”, diz.
Milho no Mato Grosso - Plantar milho no Mato Grosso também sairá mais caro nesta próxima
safra. No caso do cereal, o aumento será de 6,5% em relação ao ciclo anterior,
de acordo com o Imea, e o valor por hectare passará de R$ 1535 para R$
1636.
O analista de mercado do instituto, Cleber Noronha,
afirma que, só em junho, as sementes tiveram alta de 13,8%, os fertilizantes
12,1% e os defensivos, 9,1%.
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