Aprosoja estuda controle para o mofo branco
Até então considerada uma doença de regiões altas e de temperatura
amena, o fungo já infestou áreas no sul do estado.
Em Mato Grosso, o mofo branco, doença causada pelo fungo
Sclerotinia sclerotiorum, começa a colocar em alerta os produtores de soja. Até
então considerada uma doença de regiões altas e de temperatura amena, o fungo
já infestou áreas no sul do estado. A Aprosoja participou durante esta semana
do encontro internacional de mofo branco, realizado em Ponta Grossa, no Paraná.
O evento, organizado pelo grupo de Pesquisa em Fitopatologia Aplicada da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), reuniu, durante os dias 16 a 19
de julho, cooperativas, agricultores, consultores e palestrantes brasileiros e
estrangeiros em torno do assunto, além da apresentação de trabalhos
científicos.
Segundo o gerente institucional da Aprosoja, Nery
Ribas, as áreas com maior concentração da doença estão localizadas nos
municípios de Jaciara, Alto Taquari, Campo Verde. “São regiões que possuem
temperaturas mais amenas e isto favorece a proliferação do fungo, que necessita
de menos horas de calor para desenvolvimento da doença”, destacou Ribas. O
gerente da Aprosoja estima que haja cerca de 400 mil hectares que já
apresentaram algum tipo de ocorrência da doença em Mato Grosso.
A produtora rural e delegada da Aprosoja, Roseli
Giachini, apresentou um trabalho de pesquisa que está realizando sobre o tema
durante o encontro. Giachini vai defender uma tese de doutorado sobre o mofo
branco. “O mofo branco tem uma severidade comparada à ferrugem asiática. A
doença afeta a produtividade das lavouras, como a ferrugem. O fungo ataca o
caule da soja, impedindo a passagem da seiva e em pouco tempo a planta seca”,
alertou a produtora rural e pesquisadora.
Nery Ribas afirmou que de 2005 pra cá pesquisadores
intensificaram os estudos sobre o mofo branco. “Atualmente as estratégias de
prevenção e manejo para o controle da doença têm sito por meio do uso de
fungicidas, o que apresenta um alto custo e eficiência questionável, pois o
tratamento químico para essa doença é extremamente difícil, seja pela ausência
de informações ou pela própria natureza do fungo, que pode sobreviver até 12
anos no solo”, explicou.
Além da soja, o mofo branco ataca o algodão e
outras leguminosas, como, por exemplo, o feijão. “São todas culturas que já
temos aqui em Mato Grosso e com grande potencial de crescimento. Por isto a
importância de nos antevermos a este problema. Os debates durante o encontro
foram fundamentais para trocarmos experiências e conhecermos o que há de mais
atual com relação a pesquisas e técnicas sobre esta doença”, destacou Nery
Ribas.
Entre os objetivos estratégicos da Aprosoja estão
viabilizar condições tecnológicas e gerenciais para que os produtores tenham
competitividade e rentabilidade nos negócios. Neste sentido a entidade possui
uma Comissão de Gestão da Produção, que atua exatamente na busca de
alternativas para o controlar e combater as doenças que afetam as lavouras de
soja e milho.
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