O embargo russo às carnes bovina, suína e de
frango provenientes de Mato Grosso, do Rio Grande do Sul e Paraná completa
nesta sexta-feira um ano e o setor de suínos é o grande prejudicado pelo fato
de a Rússia ser o maior comprador e também por esses Estados serem alguns dos
maiores produtores da proteína no País.
De acordo com o presidente da Associação
Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro
de Camargo Neto, em entrevista ao AE Broadcast ao Vivo, das mais de 20 unidades
autorizadas a vender à Rússia, apenas quatro estão fazendo embarques.
“Ficamos o segundo semestre inteiro somente com
um único frigorífico habilitado, neste ano em que a Rússia começou as reversões
e agora temos quatro realizando os embarques”, disse o executivo. “A Rússia
sempre representou quase 50% de nossas vendas. Ano passado já caiu e neste ano
continua recuando sua participação. Ela continua sendo nosso principal mercado,
mas não é mais o que era”, completou.
Camargo Neto concorda com a declaração recente do
secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, de que falta clareza por parte
das autoridades russas nas questões sobre padronizações de sanidade.
“O problema é esse, só que essa falta de clareza
já completou um ano. Deveríamos ter respondido os questionários pedidos muito
tempo antes disso e melhor. E também já devíamos ter desenvolvido há muito
tempo as regras conjuntas de equivalência sanitária”, afirmou, informando que
os entraves com a África do Sul já duram seis anos, mas que a relevância da
Rússia nas compras da proteína é o que torna o caso mais grave. “Não se
justifica o atraso”, desabafou.
Questionado se deveria existir uma interferência
maior do setor privado nas negociações, Camargo Neto foi enfático. “(A
intervenção) já existe. Agora, quando você tem pendência de entrega de
documento, não é responsabilidade do setor privado, tem que ser feito de
governo para governo. O setor privado não pode substituir governo e cada um tem
que fazer sua parte”, afirmou.
Agência Estado
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