COTAÇÕES AGRÍCOLAS

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ruralistas vão 'acampar' em Cuiabá/MT



29/06 
CLARICE NAVARRO DIÓRIO

A engenheira da Secretaria de Infraestrutura do governo do Estado, Air Montechi, representou o titular da pasta, secretário Arnaldo Alves, na reunião que o Sindicato Rural realizou na noite da última segunda-feira com os associados. Mais de dez ruralistas da região de Vila Aparecida estiveram presentes, cobrando a retomada da obra de asfalto da MT-343, que liga Cáceres a Barra do Bugres e a Porto Estrela, ou seja, oeste ao norte do Estado. A MT tem 160 quilômetros, dos quais 39 foram licitados e apenas 14 foram asfaltados, isso num período de quatro anos.

Os ruralistas não se convenceram. Walmir Nicole, que preside o movimento "MT-343, Asfalto Já", informou que não gostaria que as coisas chegassem a este ponto, mas que irão em comitiva até a Sinfra e até a Assembleia Legislativa, e só voltam com uma solução. A vinda à Capital já está sendo articulada para os próximos dias.

Há 15 dias, a empreiteira que fazia a obra rescindiu o contrato com o governo e retirou as máquinas. O canteiro de obras está abandonado, e a estrada está com vários pontos de tráfego difícil, além de pontes quebradas.

Air reconheceu o problema e disse que levou quatro horas e meia para percorrer o trecho, de 160 quilômetros, que, quando a estrada está boa, faz em uma hora e meia.

Ela isentou o governo da culpa da interrupção da obra. A empreiteira parou dizendo que estava levando prejuízo e que faltou o repasse de recursos. A engenheira diz que o governo não deve um único centavo à empreiteira, referente à obra da 343. "Eles têm a receber de uma obra em outra região do Estado. Uma empreiteira que tem várias obras tem que ter condições próprias de execução de serviços. Atualmente, todas estão trabalhando com margem pequena de lucro". Segundo ela, está sendo feita a medição rescisória e a segunda colocada na licitação será chamada para concluir o trecho licitado.

Explicando o trabalho da Sinfra na região, a engenheira Air disse que é fiscal da obra da MT-343 e que tem tentado obras de manutenção na mesma. "Trabalho com uma única patrulha mecânica e atendo 14 municípios. Já levei a demanda ao governo. Nos municípios de Barra do Bugres e Porto Estrela, cerca de 180 quilômetros ao norte de Cuiabá, com parceria com as prefeituras, conseguimos fazer obras de reparação para dar condições de tráfego aos usuários, como patrolamento e cascalhamento. No município de Cáceres (225 quilômetros ao oeste de Cuiabá), a parceria nunca é firmada. A ajuda só vem dos próprios produtores, e de poucos. Agora mesmo está acontecendo uma parceria em Porto Esperidião e a prefeitura de lá chegou a recuperar um trecho que pertence a Cáceres. Já fiz de tudo. Mesmo oferecendo o óleo e pedindo o apoio de apenas uma patrola, não fui atendida aqui. Talvez seja porque santo de casa não faz milagre”, acrescentando que falta liderança.

Ela contestou os agropecuaristas sobre o asfalto de Araputanga a Reserva do Cabaçal. É certo que lá dois deputados são da região, mas segundo ela, esta também é uma demanda antiga e está sendo feita por trechos. "Eu acredito que receberemos mais maquinário em poucos dias e aí, pelo menos obras de manutenção nos municípios da região serão feitas com maior agilidade".

SEM EFEITO - Para os ruralistas, discurso não resolve. Eles afirmaram entender as dificuldades da engenheira, mas afirmaram também que logo começam as chuvas e com ela, os atoleiros e as pontes quebradas, tornando a estrada intrafegável e comprometendo o escoamento da produção e o transporte escolar.

O presidente em exercício do Sindicato Rural, Jeremias Pereira Leite, disse que a ausência do secretário na reunião era inadmissível e caracterizava descaso da Sinfra.

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