Soja: o maior déficit de oferta da história
O mercado de soja mergulha na letargia sazonal com a aproximação do início
de colheitas das safras de milho e soja do hemisfério norte, estarrecido
com a possibilidade de estupendas perdas nas produções de soja e milho das
lavouras americanas.
Produções razoáveis já não existem, considera-se o
ineditismo da dimensão das quebras que paralisa os operadores que não conseguem
avaliar o impacto que as perdas podem causar no suprimento global.
Esgotaram-se as referências históricas dos anos
similares de 1983 e 1988; espera-se o derradeiro período para a maturação da
lavoura de soja, já que o milho já não oferece nenhuma possibilidade de
recuperação.
Estamos lidando com o inimaginável. Há mais de 20
anos do último episódio de seca drástica em um cenário completamente
diferenciado daquela época, já que não existia a política de produção de
energia limpa a partir de grãos e oleaginosas e também não havia a demanda
compacta da China, que passou a importar soja a partir de 1996.
A volatilidade dos preços indica a indecisão de
operadores e investidores em se posicionar numa direção de mercado. Esperam o
confronto da escassez para decidir o que fazer a seguir. O mundo contemporâneo
ou a nova escola não previnem nem antecipam essa dimensão de crise. Assim
também assistimos à crise econômica da Zona do Euro que definha pela
incompatibilidade nas decisões da reforma econômica.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ_TrBuOAqy_JsuD9oWCmHnhnucaJeyWU3hEWiRrKTXVOJk-OkhFrkde8YDAPOW3lkw0suEoi479iDPrVcMXOw82MpNU6ck4yLN4yo3-3QuY_UPEvmXJaRO9Are5OmF_6DA0epLXyghA/s320/MALucini31.jpg)
O agravamento da escassez ou da crise é traduzida
em elevação de preços, cujo único remédio é preços ainda mais elevados.
No Brasil, a escassez da safra velha aponta o
descolamento dos preços da Bolsa de Chicago ou qualquer outra referência. Já
nas posições para a safra nova sulamericana, os preços têm se mantido
gravitando na máxima do padrão existente nos últimos 3 anos, ou seja, US$ 14,50
por bushel.
Na definição da produção de soja americana haverá
uma nova aferição do padrão da formação do preço. Vai depender de quanto será
necessário racionar a demanda. O próximo mês de setembro (colheita americana)
será decisivo para avaliar o quanto o preço pode alcançar.
É a segunda vez na história que a produção somada
ao estoque existente será menor que a necessidade de consumo, mas o percentual
do déficit da oferta se encaminha para ser o maior desde 1973.
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