COTAÇÕES AGRÍCOLAS

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Soja: o maior déficit de oferta da história


Soja: o maior déficit de oferta da história



O mercado de soja mergulha na letargia sazonal com a aproximação do início  de colheitas das safras de milho e soja do hemisfério norte, estarrecido com a possibilidade de estupendas perdas nas produções de soja e milho das lavouras americanas.
 Produções razoáveis já não existem, considera-se o ineditismo da dimensão das quebras que paralisa os operadores que não conseguem avaliar o impacto que as perdas podem causar no suprimento global.
 Esgotaram-se as referências históricas dos anos similares de 1983 e 1988; espera-se o derradeiro período para a maturação da lavoura de soja, já que o milho já não oferece nenhuma possibilidade de recuperação.
 Estamos lidando com o inimaginável. Há mais de 20 anos do último episódio de seca drástica em um cenário completamente diferenciado daquela época, já que não existia a política de produção de energia limpa a partir de grãos e oleaginosas e também não havia a demanda compacta da China, que passou a importar soja a partir de 1996.
 A volatilidade dos preços indica a indecisão de operadores e investidores em se posicionar numa direção de mercado. Esperam o confronto da escassez para decidir o que fazer a seguir. O mundo contemporâneo ou a nova escola não previnem nem antecipam essa dimensão de crise. Assim também assistimos à crise econômica da Zona do Euro que definha pela incompatibilidade nas decisões da reforma econômica.
 O tempo pode ser a solução, mas o custo pela espera poderá resultar em consequências desastrosas para a falta de alimentos ao redor do mundo. O mais provável é que "um preço" terá que ser pago para garantir o suprimento e também para oferecer condições aos produtores em aumentar consideravelmente suas produções.
O agravamento da escassez ou da crise é traduzida em elevação de preços, cujo único remédio é  preços ainda mais elevados.
 No Brasil, a escassez da safra velha aponta o descolamento dos preços da Bolsa de Chicago ou qualquer outra referência. Já nas posições para a safra nova sulamericana, os preços têm se mantido gravitando na máxima do padrão existente nos últimos 3 anos, ou seja, US$ 14,50 por bushel.
 Na definição da produção de soja americana haverá uma nova aferição do padrão da formação do preço. Vai depender de quanto será necessário racionar a demanda. O próximo mês de setembro (colheita americana) será decisivo para avaliar o quanto o preço pode alcançar.
 É a segunda vez na história que a produção somada ao estoque existente será menor que a necessidade de consumo, mas o percentual do déficit da oferta se encaminha para ser o maior desde 1973.
Fonte: Liones Severo

Nenhum comentário:

Postar um comentário