Boi na semana: Excesso de oferta e queda no consumo
continuam pressionando cotações
O mercado do boi gordo se manteve pressionado
durante a semana, trazendo como principais fatores de baixa o excesso da oferta
e a queda no consumo.
De acordo com Lygia Pimentel, consultora de
mercado, as chuvas duraram mais que o normal nesse ano, se estendendo até maio
e junho, meses em que normalmente o clima já está mais seco. Com isso, os
pastos se mantiveram em bom estado e há mais animais ofertados, conseqüentemente.
“Normalmente em maio a gente já vê os pastos mais secos, e há redução na
oferta. Mas nesse ano isso não aconteceu”, diz.
O cenário é preocupante para os pecuaristas, já que
os custos subiram, principalmente o valor dos grãos, e o preço pago ao produtor
também caiu muito. Com a desaceleração da economia mundial, impulsionada pela
crise na zona do euro, o mercado interno já foi impactado e as taxas de
desemprego no país voltaram a aumentar – o que fatalmente prejudica o consumo.
“O consumo interno está estagnado. Há esperanças de que a Rússia volte a
comprar, e isso poderia ajudar o cenário. Mas ainda não há nada confirmado,
então temos que esperar”, diz a consultora.
Para a próxima semana, a expectativa é que a oferta
comece a diminuir um pouco, apesar de ainda haver boi de confinamento no
mercado. O cenário ruim para os preços, entretanto, não deve ter grandes
mudanças a curto prazo. Pode haver melhora daqui a 15 dias, com a secagem dos
pastos. De qualquer maneira, o consumo precisa acompanhar essa melhora, segundo
a analista, que frisa que o cenário positivo não traria uma alta, e sim uma
estabilização.”Se o mercado não cair mais do que está, já é uma melhora”,
finaliza.
A referência em São Paulo nesta sexta-feira(03)
opera em R$ 87,00 a 89,00 por arroba à vista, e no Mato Grosso do Sul e Goiás,
o valor está em torno de R$80,00 a 82,00, também à vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário