América do Sul pode ter safra recorde de grãos com
seca nos EUA
Os produtores rurais da América do Sul se preparam
para plantar uma safra recorde de grãos e oleaginosas frente à seca que castiga
as lavouras nos Estados Unidos e já provoca uma séria quebra da safra 2012/13.
Brasil e Argentina são os maiores produtores sulamericanos e devem liderar os
aumentos.
Na Argentina, a produção de milho deverá saltar do
recorde de 22 milhões de toneladas para 31 milhões na próxima safra, e a
colheita de soja é estimada em 56 milhões de toneladas, com uma alta de 35% em
relaçã ao ciclo 2011/12.
O Brasil, por sua vez, deverá registrar a maior
colheita de soja da história, superando as 82 milhões de toneladas. Dessa
forma, o país supera os Estados Unidos e assume o posto de maior produtor
mundial da oleaginosa.
No Paraguai, quarto maior exportador mundial de
soja, a produção poderá dobrar e chegar aos 7,8 milhões de toneladas.
Esse aumento estimado para a safra sulamericana se
apoia em três principais fatores: as perdas norte-americanas, a previsão de
condições climáticas favoráveis durante a temporada 2012/13 e, principalmente,
os preços em patamares bastante altos não só no mercado internacional quanto no
mercado interno.
A pior seca da história do Estados Unidos já
resulta em um sério e preocupante prejuízo para o abastecimento mundial de
alimentos que se aproxima dos 50 milhões de toneladas na atual safra de grãos.
A menor oferta, portanto, têm impulsionado os preçosm haja visto que essa
quebra sucede uma outra registrada na América do Sul durante a safra 2011/12,
quando boa parte das lavouras foram dizimadas pela falta de chuvas ocasionada
pelo La Niña.
No caso da soja, acompanhando a escalada dos preços
no mercado internacional, os prçeos no mercado doméstico também caminham a
passos largos e batem recordes. A oleaginosa, safra atual, já vale mais de R$
80 nos portos. Para a safra nova, os negócios superam os R$ 60.
Este cenário também tem sido, portanto, um
atrativos para os produtores da América do Sul. Segundo um analista de mercado
do banco internacional Credit Suisse Group, a produção sulamericana de soja
deverá registrar um aumento de 30% com os sojicultores mirando os altos preços
e as boas condições do solo nos países produtores.
"Os agricultores sulamericanos irão responder
aos altos preços aumentando seus hectares plantados" disse Juan Luciano,
chefe de operações da processadora Decatur, de Illinois.
No Brasil, a preferência para a próxima safra
deverá ser pela soja ao invés do milho em função dos menores custos com
sementes e transportes, segundo explicou o presidente da Aprosoja e sojicultor,
Glauber Silveira. "Você tem mais segurança com a soja, é mais fácil de
vender antecipadamente. Eu já vendi 60 por cento da minha colheita do ano
seguinte com antecedência", disse.
Outro fator que estimula o aumento da produção de
grãos e oleaginosas na América do Sul é a previsão de um clima propício. OS
produtores contam com as chuvas que devem chegar com o El Niño e trazer
condições favoráveis para as culturas.
No entanto, ainda é preciso bastante atenção, uma
vez que as chuvas podem ser menos intensas do que as registradas em episódios
anteriores do fenômeno climático, segundo explicou o climatologista da Bolsa de
Cereais de Buenos Aires, Eduardo Serra.
Muitos produtores argentinos precisam das precipitações
que ocorrem durante a chamada tempestade de Santa Rosa para semearem o
milho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário