COTAÇÕES AGRÍCOLAS

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Custo da ração aumenta 20%




Em função da seca nos Estados Unidos e também no Brasil, a disponibilidade de matéria-prima para a produção de ração ficou escassa. O preço da soja e milho e subiu e com isso também o preço da ração. A média de acréscimo apontada é superior a 20% no valor. Além disso, com a geada ocorrida no final de setembro, a pastagem de verão precisou ser replantada e assim, os produtores tiveram ao invés de 60, 90 dias sem pasto verde e nesse período, os animais tiveram que receber silagem e ração para complementar o valor nutricional e também não ocorrer queda na produção leiteira.

De acordo com o produtor e técnico agrícola de Cacique Double, Delso Silvestro, que possui 50 animais com media mensal de 16 mil litros, com o período de entresafra de pastagens, não teve como diminuir a quantidade ou substituir a ração fornecida para não haver muita diminuição na produção leiteira, pois o leite permanecendo em um preço estável acaba fazendo com que o produtor arque com esse custo alto da ração, diminuindo assim seu lucro final. Ele recebe em média R$ 0,75 pelo litro e o lucro está em R$ 0,20.
O fator que colaborou para a entresafra ficar mais ampla, foi o clima, com muita chuva no inverno e geadas tardias. Entretanto, conforme o produtor Silvestro, a expectativa é que a partir de agora o tempo regularize para que as pastagens voltem ao normal e assim, o produtor poderá diminuir um pouco o custo com ração concentrada.
 A perspectiva dos produtores de leite é que na safra brasileira 2012/2013 os estoques de matéria-prima sejam normalizados. Mas apesar do aumento no custo da ração, não foi registrada queda na venda, pois devido a seca ocorrida no verão, os produtores não tiveram muito alimento para guardar.
Para Marcos Curzel, responsável pelo setor de vendas e produção de ração de uma empresa de alimentação animal e recebedora de grãos da região nordeste e de Sananduva, não houve falta de matéria-prima. Questionado sobre quando esse preço poderia se normalizar ele afirma que a soja já está com o preço diminuindo no mercado, só que está faltando milho e até que não aumente a oferta do cereal no mercado, o preço da ração não vai normalizar.
De acordo com o técnico agropecuário da Emater de Tapera, Clari Pierezan, em função do clima e dificuldades em implantar as pastagens, o custo de produção de leite teve um aumento de 20% comparado ao mesmo período do ano passado. Pierezan enfatiza que esse aumento se deve especialmente pelos altos preços do grão milho e farelo de soja. “No ano passado pagávamos em torno de R$ 0,70 o quilo do farelo de soja e quando a cotação da soja disparou no mercado internacional, chegamos a pagar pelo quilo do farelo R$ 1,30. Os preços ainda permanecem altos, mas não registramos redução na matéria-prima”, diz.
Fonte: Diário da Manhã – Passo Fundo

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