Em função da
seca nos Estados Unidos e também no Brasil, a disponibilidade de matéria-prima
para a produção de ração ficou escassa. O preço da soja e milho e subiu e com
isso também o preço da ração. A média de acréscimo apontada é superior a 20% no
valor. Além disso, com a geada ocorrida no final de setembro, a pastagem de
verão precisou ser replantada e assim, os produtores tiveram ao invés de 60, 90
dias sem pasto verde e nesse período, os animais tiveram que receber silagem e
ração para complementar o valor nutricional e também não ocorrer queda na
produção leiteira.
De acordo
com o produtor e técnico agrícola de Cacique Double, Delso Silvestro, que
possui 50 animais com media mensal de 16 mil litros, com o período de
entresafra de pastagens, não teve como diminuir a quantidade ou substituir a
ração fornecida para não haver muita diminuição na produção leiteira, pois o
leite permanecendo em um preço estável acaba fazendo com que o produtor arque
com esse custo alto da ração, diminuindo assim seu lucro final. Ele recebe em
média R$ 0,75 pelo litro e o lucro está em R$ 0,20.
O fator que
colaborou para a entresafra ficar mais ampla, foi o clima, com muita chuva no
inverno e geadas tardias. Entretanto, conforme o produtor Silvestro, a
expectativa é que a partir de agora o tempo regularize para que as pastagens
voltem ao normal e assim, o produtor poderá diminuir um pouco o custo com ração
concentrada.
A
perspectiva dos produtores de leite é que na safra brasileira 2012/2013 os
estoques de matéria-prima sejam normalizados. Mas apesar do aumento no custo da
ração, não foi registrada queda na venda, pois devido a seca ocorrida no verão,
os produtores não tiveram muito alimento para guardar.
Para Marcos
Curzel, responsável pelo setor de vendas e produção de ração de uma empresa de
alimentação animal e recebedora de grãos da região nordeste e de Sananduva, não
houve falta de matéria-prima. Questionado sobre quando esse preço poderia se
normalizar ele afirma que a soja já está com o preço diminuindo no mercado, só
que está faltando milho e até que não aumente a oferta do cereal no mercado, o
preço da ração não vai normalizar.
De acordo
com o técnico agropecuário da Emater de Tapera, Clari Pierezan, em função do
clima e dificuldades em implantar as pastagens, o custo de produção de leite
teve um aumento de 20% comparado ao mesmo período do ano passado. Pierezan
enfatiza que esse aumento se deve especialmente pelos altos preços do grão
milho e farelo de soja. “No ano passado pagávamos em torno de R$ 0,70 o quilo
do farelo de soja e quando a cotação da soja disparou no mercado internacional,
chegamos a pagar pelo quilo do farelo R$ 1,30. Os preços ainda permanecem
altos, mas não registramos redução na matéria-prima”, diz.
Fonte:
Diário da Manhã – Passo Fundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário