COTAÇÕES AGRÍCOLAS

sábado, 15 de dezembro de 2012

Suia-Missu: Foco de tensão fundiária em MT fica deserto



Suia-Missu: Foco de tensão fundiária em MT fica deserto
Após confronto entre posseiros e PMs, oficiais de Justiça abordam fazendas mais distantes (por DANIEL CARVALHO, JUCA VARELLA, ENVIADOS ESPECIAIS A POSTO DA MATA (MT) da Folha de S. Paulo). Abaixo, relatos da equipe de jornalismo da Tv Centro-America (G1/MT)
  
Principal ponto de tensão fundiária hoje no país, o distrito de Posto da Mata, em Mato Grosso, epicentro da operação de retirada de posseiros da terra indígena Marãiwatsédé, começa a tomar ares de cidade fantasma. Mas o aparente abandono da área não esconde o acirramento dos ânimos nesse trecho do município de Alto Boa Vista, em razão da operação iniciada há uma semana. O cenário de ruas desertas contrasta com a tensão na BR-158, com caminhoneiros irritados pelo bloqueio e manifestantes que se dizem dispostos a morrer pela terra. Após confronto entre posseiros e forças policiais em Posto da Mata na segunda-feira, oficiais de Justiça passaram a abordar fazendas mais afastadas da concentração para evitar conflitos. Segundo a Funai, a força tarefa federal já percorreu 13 grandes fazendas na região. A maioria estava desocupada. Segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), "a desintrusão de Marãiwatsédé prossegue e chegará com êxito ao final". Na vila, de casas de madeira, quase não há movimento. A comunidade fica reunida em posto de gasolina à margem da BR-158. Ontem, igreja, dentista e até o bar estavam fechados. Faltam produtos no único restaurante aberto perto do bloqueio. Na escola Nova Suiá, as aulas foram encerradas uma semana antes em razão da evasão, com 10% dos 600 jovens em sala. "Os pais ficaram amedrontados [com a PM]", disse a professora Luceir Paz.
Juca Varella/Folhapress
 Aluna da escola em Posto da Mata anda pelas ruas do distrito; a escola suspendeu as atividades antes do fim do ano letivo
Famílias ateiam fogo à bandeira em 
protesto à saída de área em MT

Produtores alegam que assentamento reservado a eles está ocupado. Desocupação de Marãiwatsédé entrou no 5º dia e atingiu 20 mil hectares.

Do G1 MT
 
A área em disputa tem uma extensão de aproximadamente 165 mil hectares. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos, afirma a Funai.
No ano de 1980 a fazenda foi vendida para a petrolífera italiana Agip. Naquele ano, a empresa foi pressionada a devolver aos xavantes a terra durante a Conferência de Meio Ambiente no ano de 1992, à época realizada no Rio de Janeiro (Eco 92). A Funai diz que neste mesmo ano - quando iniciaram-se os estudos de delimitação e demarcação da Terra Indígena - Marãiwatsédé começou a ser ocupada por não índios.
O ano de 1998 marcou a homologação, por decreto presidencial, da Terra Indígena. No entanto, diversos recursos impetrados na Justiça acirraram a disputa pela terra entre produtores rurais e indígenas. A Funai diz que atualmente os índios ocupam uma área que representa "apenas 10% do território a que têm direito".
A área está registrada em cartório na forma de propriedade da União Federal, conforme legislação em vigor e seu processo de regularização é amparado pelo Artigo 231 da Constituição Federal, a Lei 6.001/73 (Estatuto do Índio) e o Decreto 1.775/96, pontua a Funai.
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Nr: VIDEO NO YOU-TUBE, COM DEPOIMENTOS DE INDIOS XAVANTES


Fonte: Folha de S. Paulo/G1-MT



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