Sem aprovação da China,
Aprosoja não recomenda plantio da soja Intacta da Monsanto
A APROSOJA –
Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso vem a
publico recomendar: PRODUTOR NÃO PLANTE VARIEDADES DA NOVA SOJA DA MONSANTO
Intacta RR2 Pro, ENQUANTO ESTA NÃO FOR APROVADA PARA IMPORTAÇÃO NA CHINA.
Essa
recomendação é decorrente da forte preocupação da APROSOJA com as enormes
consequências de uma possível contaminação de soja Intacta RR2 Pro em
carregamentos de soja com destino a nosso principal mercado, a China.
Todos os produtores brasileiros ainda têm amargas lembranças da enorme
crise de preços causada pela recusa de várias cargas de soja brasileira pelos
chineses em 2004.
Apesar das
autoridades competentes da União Europeia já terem aprovado a tecnologia
Intacta RR2 Pro para a soja, resta ainda a pendência com relação ao importante
mercado chinês, hoje o maior comprador de soja do Brasil. Somente no ano
passado, o país asiático importou do nosso país 22,7 milhões de toneladas do
produto respondendo por US$ 11,2 bilhões em receitas.
A Monsanto
se comprometeu, em 2011, a não comercializar qualquer evento de soja cuja
aprovação não estivesse concluída nos principais destinos de exportação da
oleaginosa brasileira. Mesmo com todos os mecanismos de controle e
monitoramento propostos pela Monsanto, verifica-se um enorme risco neste
prematuro lançamento no mercado brasileiro de semente de soja da
variedade Intacta RR2 Pro.
A
preocupação da APROSOJA é também compartilhada pelas empresas compradoras e
tradings de soja, representadas pela ABIOVE, Associação Brasileira das
Indústrias de Óleo Vegetal. Esta preocupação é agravada com a previsão de
safra recorde e de logística cada vez mais precária e ineficiente no nosso
país. O produtor e as empresas comercializadoras de soja poderão ser os
grandes perdedores neste processo.
Se isto não
fosse o bastante, a empresa ainda esta condicionando o plantio desta soja à
assinatura de um contrato, o qual repassa toda e qualquer responsabilidade ao
produtor em caso de contaminação. O parecer do setor jurídico da APROSOJA diz:
“o contrato em questão impõe risco demasiado ao produtor, que por uma simples e
incontida contaminação de talhão ou produção, ainda que de maneira
involuntária, pode ser obrigado a pagar indenização à Monsanto e a Terceiros,
multa a administração pública, pode ter sua atividade suspensa, sua fazenda
embargada, e ainda ser preso.”
A Aprosoja
reconhece que os investimentos em pesquisa, especialmente em biotecnologia, são
fundamentais para a manutenção da competitividade da agricultura Brasileira,
contribuindo para o aumento da produtividade, redução de custos e,
principalmente para a maior sustentabilidade do sistema produtivo.
Reconhecemos
também que a assincronia de aprovações entre o Brasil e países importadores
representa um sério problema à nossa agricultura. Somente de soja,
existem eventos aprovados no Brasil da Basf/Embrapa e Bayer, que não serão
lançados enquanto as empresas não obtiverem as devidas aprovações nos
principais importadores. Esta é a postura que consideramos correta e responsável.
A APROSOJA considera esta ação da Monsanto um
flagrante desrespeito ao compromisso assumido pela empresa com o setor em 2011
e principalmente um desrespeito para com o produtor de soja do Brasil, já tendo
comunicado formalmente esta preocupação à diretoria da Monsanto.
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